sábado, 21 de novembro de 2020

A IGREJA SEGUNDO O NOVO TESTAMENTO. Josimar Salum



A IGREJA SEGUNDO O NOVO TESTAMENTO. Josimar Salum 


Infelizmente, isto que chamam de igreja não é a Igreja. O que chamam de igrejas na grande maioria são casas de religião, rascunhos mal feitos, maquetes que não saíram da fase de projeto e estruturas criadas para agradar aos homens e refletirem as culturas e preferências das pessoas que atendem.


É dentro, no contexto e nos limites dessas estruturas engessadas que a Palavra de Deus é pregada e ensinada, vidas se convertem ao Senhor, “são apascentadas” e vivem em comunhão como Igreja. 


Não é como viviam os irmãos em Jerusalém, Antioquia e em outras cidades, no tempo em que viviam também os apóstolos de Cristo, perseverando na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações.


Quando alguém nasce de novo nos países ocidentais e até em muitos outros países, é integrado ou a si mesmo se integra em alguma dessas estruturas e sistemas de tal modo que jamais experimenta a vida dinâmica e a comunhão de Jesus e Seus discípulos. Nesses contextos, jamais experimentam a vida em Jesus como os irmãos no primeiro século e nas centenas de comunidades adenominacionais durante a história.


A Igreja está claramente revelada nas Escrituras. Quando se torna uma estrutura empírica deixa de ser a Igreja revelada no Novo Testamento.


A partir do momento que um grupo de irmãos a institucionaliza, a Igreja deixa de ser Igreja. As instituições e as estruturas não existiam no primeiro século, porque os apóstolos sabiam muito bem que não se pode institucionalizar e estruturar a Igreja Eterna de Deus.


O que se tem chamado de necessidade para que a “Igreja” possa desempenhar seu papel é desvio da Verdade, é apostasia.


No seio dessa realidade de igrejas fragmentadas - estruturas e sistemas – é que se ouvem pregadores, professores, pastores, uns mais diferentes do que os outros e cada vez mais contraditórios, mesmo porque precisam diferenciar-se dos outros.


É nesse contexto que a Verdade muitas vezes é proclamada, sendo, entretanto, cerceada dentro dos limites das estruturas e inadequadamente aplicada, causando uma compreensão errônea. A Unidade da Fé é dissociada da Unidade do Espírito quando a Verdade ao invés de aplicada à Unidade é aplicada à denominação ou a própria igreja (denominada local).


Cada um ensina como entende, seguindo a sua confissão de fé ou o credo de seu grupo, denominação, comunidade ou a rede que têm, igualmente uniformizados, seus próprios estilos de vida, ensinos e práticas.


O indivíduo deixa de ser indivíduo para ser integrado à massa, na qual todos são ou têm que ser idênticos. Ele se torna membro da instituição, enquanto a Bíblia ensina que individualmente somos membros uns dos outros.


Filhos de Deus não são membros da igreja visível, porque igreja visível é denominação inventada por homens.


Nessas estruturas eclesiásticas ninguém pode e nem tem o direito de ser diferente. Todo membro tem que empenhar toda a sua fidelidade à organização e jamais pode questionar o status quo. Se o fizer é excluído sumariamente, porque a liberdade do individuo é liberdade para ser somente o que todos os outros são.


E quaisquer práticas e quaisquer ensinos desses seguimentos religiosos que são contrários à Palavra de Deus, embora “baseados” nas Escrituras serão disseminados através de suas publicações, manuais, livros, revistas e “websites”, por todos os lados, assim mesmos, onde suas próprias igrejas, congregações, escolas e seminários estão abertos.


Contudo, mais pessoas recebem a Cristo, são salvas, por conta da pregação da Cruz de Jesus, de fato, da única pregação que conhecem, a pregação da salvação e convertidas são integradas também a essas estruturas, inseridas no mesmo contexto, tornando-se peças da mesma engrenagem.


E todas as práticas e doutrinas de cada um desses seguimentos tornam-se “bíblicas” (quando verdadeiramente não são), sacralizadas, tornando-se imutáveis e inquestionáveis.


Quando a Verdade, a pessoa de Jesus é anunciada por alguém, constitui-se em uma ameaça. Imediatamente, é rejeitada pelo consciente coletivo e quem a ensina é execrado por seus pares como um herege irrecuperável.


Como todos estão falando e ensinando, a mesma heresia torna-se verdade, e quem pode questionar o que os líderes falam, ou aquilo em que a maioria dos líderes crêem? Quem pode ou consegue questionar o que os líderes populares e respeitados anunciam pela televisão?


A Verdade, muito mais quando ela se torna uma ameaça que pode destruir as bases dessas estruturas e ministérios e, principalmente, se ela combate sua fonte de recursos financeiros, é severamente combatida pelos líderes, os quais têm um poder de controle e convencimento sobre todos os seus seguidores proporcional à exata medida em que os admiram e acreditam neles.


Não raramente, líderes de grandes estruturas uniformizadas, os quais geralmente são dotados de um grande poder comunicativo, acabam anunciando sua inexata palavra final e as multidões aceitam e continuam a segui-los cegamente sem jamais consultarem pessoalmente as Escrituras para certificarem se o ensino é realmente falso como afirmam. O ensino destes líderes e propagados nestas estruturas não suportam uma comparação mínima com Jesus Cristo, Sua Vida, Mensagem, Exemplo e Espírito.


A falta de conhecimento do povo não simplesmente acerca das Escrituras, mas da Palavra, Jesus Cristo, nas Escrituras e o resultado da falta de relacionamento com Deus e de comunhão com o Espírito Santo, é a estrada fácil onde toda heresia e o controle feiticeiro de líderes religiosos transitam.


A Igreja não são essas igrejas. A Igreja é gente nascida de novo, que se encontra em qualquer lugar, até nos templos, em Nome de Jesus. E os que apascentam o Rebanho de Deus são homens maduros, constituídos verdadeiramente pelo Espírito Santo.


A Igreja quando é "denominacionalizada" deixa de ser a Igreja para tornar- se estilhaços das preferências humanas e caprichos de líderes que podem até ser sinceros no que creem e fazem, mas estão equivocados.


A Igreja deixa definitivamente de ser o que Deus diz que ela é quando se sujeita aos mais diferentes tipos de líderes com seus ministérios meramente pessoais. Então, ela é reduzida em várias tribos - uma para cada cacique - e as novidades cada vez mais esdrúxulas passam a fazer parte de seu cotidiano.


Todo esforço para encaixar essas estruturas dentro do ensino do Novo Testamento é extremamente vã.


No primeiro século, as casas e os cenáculos eram os locais – mas não exclusivamente onde os discípulos se reuniam para ter comunhão, para os encontros nos quais lhes era ministrada a Palavra, nos quais cantavam juntos e partiam o pão. Entenda bem! Eles não se reuniam para terem comunhão, eles se reuniam e tinham comunhão. Não eram programações e eventos, era o estilo de vida, como viviam. Reuniam-se naturalmente. Não eram reuniões feitas em função de líderes, pois todos os santos eram ministros de Deus


A Igreja não está sujeita ao tempo nem às culturas de cada época. Ela não se adapta ao gosto dos homens nem se transforma em um restaurante com cardápios dos quais cada um pode escolher seu prato.


A Mensagem Eterna da Cruz não muda. O Evangelho do Reino proclamado por Jesus é o mesmo para todos os povos. Não se contextualiza a Mensagem, possivelmente o modo de comunicá-la. E é muito além da salvação apenas da alma.


A Igreja Eterna não se baseia em experiências, mas na Palavra Eterna e Imutável de Deus.


Sendo fundamentada na Palavra, a Igreja é igualmente imutável, mesmo porque é o Corpo de Cristo e Cristo não muda.


#ASONE

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