Tia Nair, à mais meiga e graciosa!
Josimar Salum
Eu me lembro dela na casa em Cisneiros, em pé na varandinha que dava para o quintal, à porta da cozinha, sempre mansa, servindo, com a voz meiga, memórias de uma infância que perpetuam no coração.
Lembro dela em Muriaé na sala onde sentávamos para conversar e a ouvia com gosto entre gargalhadas e sorrisos, suas explicações da graça de coração que nunca abrigou mágoa, cheio de perdão e ternura.
Lembro dela em Irecê nas suas ocupações diárias, extendendo sempre as mãos para servir os filhos, os netos e os bisnetos, atenta sempre à necessidade dos outros.
Passaram dezenas de anos, dos quais a conheci por sessenta anos, e conheci como mulher sublime, esposa exemplar, mãe amorosa, coração de serva e vibrante não nos “conhecimentos” da fé, mas rica em obras preparadas de antemão por Deus para que andasse nelas. Conheci então a fé, viva, pois outra fé, sem obras, é morta!
Tia Nair para quem liguei muitas vezes, penso que mesmo assim foram poucas, para ouvir sua voz meiga dizer sempre com amor: Deus te abençoe, meu sobrinho!
E tem abençoado. Ora, se tem abençoado! Aleluia! E a Tia Nair, agora, eternamente com Jesus.
15/5/2023